domingo, 16 de maio de 2010

O MAIS NOVO SEGREDO DAS MÃES

Sabe o que a mamãe faz quando já ajudou a fazer a lição, deu janta, deu banho, ajudou a por o pijaminha, a pentear o cabelo, escovar os dentes, levou pra cama, leu uma historinha e deu um beijo gostoso de boa noite? Vai escrever no blog. É isso que as mamães de hoje em dia fazem, secretamente, quando todo mundo já foi dormir: escrevem sobre os filhos, sobre suas vidas com os filhos. Dão conselhos e pedem conselhos. Visitam os blogs das outras mães e acabam achando um jeito de driblar a solidão que a vida corrida de hoje em dia nos impõem. Juntam-se todas, ainda que virtualmente, e trocam experiências, assim como imaginamos que as mulheres faziam em um certo tempo, reunidas em suas casas, nas pracinhas, nas ruas. Enquanto viam seus filhos brincar, acabavam ajudando a cuidar, também, dos filhos das outras. Aproveitavam para trocar experiêncas, tirar dúvidas, compartilhar sentimentos. E agora, apesar das adversidades, apesar da vida louca que a gente leva, estamos, mães, nos unindo novamente. E, então, fica provado: não somos auto-suficientes. Precisamos de companhia e apoio, precisamos sentir que não estamos sozinhas. E, assim, ouvindo e contando e ajudando e sendo ajudadas nos sentimos mais seguras, capazes e felizes. Pelo menos é assim que me sinto quando consigo ter o meu tempinho aqui na frente do computador para contar um pouco da minha vida e saber um pouco o que se passa na cabeça dessas outras mães que fazem como eu e que já me parecem conhecidas de longa data (apesar de eu não conhecer pessoalmente nenhuma delas). Por isso a mães do século XXI recomendam: entrem em blogs, comentem em blogs, tenham seus blogs. Faz muito bem pra saúde.

domingo, 9 de maio de 2010

DIA DAS MÃES

Coisa boa ser mulher e poder ser mãe, que é simplesmente a coisa mais maravilhosa do mundo. Pai é fundamental. Todo mundo sabe o quão prejudicial pode ser para uma criança crescer sem ter a referência paterna e o quão danoso pode ser para uma mulher ter que cuidar de uma criança sozinha. Mas todo mundo sabe, também, que mãe é diferente. A diferença, na minha opinião, é que, além de dividir com o pai essa função maravilhosa de educar e construir o caráter do filho, a mãe está presente em todas as pequenas coisas do dia-a-dia. E a certeza da presença da mãe pra nos ajudar a resolver os pequenos impasses do cotidiano nos aconchega e nos acalenta e faz tudo ficar mais fácil e mais gostoso. A mãe ajuda a decidir qual a melhor roupa pra ir na festa, ajuda a arrumar o cabelo, ajuda a resolver aquela briga boba com a amiga, leva, busca, dá comida, prepara o lanchinho. A mãe tem o prazer de vivenciar cada suspiro, cada acontecimento na vida dos filhos (pelo menos enquanto eles ainda são pequenos e nós temos o controle sobre eles). Então, vamos aproveitar essa fase tão maravilhosa na qual podemos exercer plenamente nosso papel de mãe. Mãe protetora, mãe facilitadora, mãezona. Obrigada meu marido por ter me possibilitado isso. Obrigada minha filhinha querida por deixar que eu desempenhe esse papel com toda intensidade possível e permitir que eu viva esse desafio de tentar criar uma pessoa feliz.

sábado, 8 de maio de 2010

MÃE É MÃE

De repente, coisas que eu achava super lugar comum e constrangedoramente bregas do tipo “mãe, você é tudo pra mim, te amo do fundo do meu coração” passam a ser maravilhosamente lindas e emocionantes. E a apresentação do dia das mães na escola, com direito a acompanhamento de saxofone, se transforma em uma choradeira sem fim e em um dos melhores acontecimentos do ano. E é nessas horas que eu percebo, mais do que nunca, o efeito de um filho sobre a gente e só agora eu entendo a minha mãe e penso que não deveria ter considerado essas coisas tão bregas assim. Talvez devesse ter esquecido a originalidade e a atitude, que eu achava que tinha que demonstrar a partir de certo momento da minha vida, e devesse ter sido mais carinhosa, mais lugar comum. Porque é disso que as mães gostam.

sábado, 1 de maio de 2010

ACONTECEU COMIGO

Papo bem chato e triste e desagradável pra falar aqui. Ou em qualquer outro lugar. Mas, afinal, um dos motivos da existência desse blog é, justamente, permitir que eu abra meu coração, fale coisas que eu não tenho coragem, mas tenho vontade, de sair falando por aí. E daí, me escondo atrás do anonimato da vida virtual e vou botando tudo pra fora; terapia total.


Então, vai lá. Sabe aquele pesadelo que acompanha as grávidas de primeiro trimestre? Aquele diabinho que insiste em passear pelas nossas cabeças nos fazendo lembrar que ainda não estamos grávidas de fato, que muita coisa pode dar errado nessa tentativa de formar um ser dentro de nós? Essas ideias estavam me atormentando terrivelmente desde que soube da minha gravidez e (intuição, conhecimento de causa?) não é que elas se concretizaram? Pois é. Aconteceu comigo. Experiência das mais dolorosas e tristes que eu já vivi. E olha que eu sou bióloga, sou extremamente racional e, definitivamente, não me comovo com coisas do tipo “o milagre da concepção, o sentimento lindo e inexplicável que a mãe sente pelo filho antes mesmo de saber da sua existência” e blá, blá, blá. Pra mim, um embrião de oito semanas é um embrião de oito semanas. E a gente deve zelar por ele e proteger e fazer o possível e o impossível e tomar todos os cuidados necessários para que ele se transforme em nosso filho, que por enquanto não é. Por enquanto é uma porção de células bem organizadas que acabaram de decidir o que querem ser da vida. Viram como sou racional e durona? Pois muito bem. E aonde foi parar todo esse conhecimento, compreensão e coerência quando eu descobri que o minúsculo amontoado de células que crescia e se multiplicava dentro de mim tinha desistido de ir em frente? Elas pararam assim, todas juntas, de desempenhar seus papéis e abandonaram a missão. E não é a palavra morte que me assusta e entristece, nem tão pouco posso dizer que sofri tanto porque já amava incondicionalmente o meu filho. O que eu amava, na verdade, era a ideia desse filho. Era a imagem que eu já tinha bem nítida de eu sendo mãe daqui sete meses. Eram as mudanças que estavam acontecendo na minha vida em função do que estava acontecendo dentro de mim. Era, sobretudo, saber que daqui a pouco tempo eu estaria fazendo o que eu mais gosto de fazer e que eu ia viver de novo o incrível desafio de ensinar, divertir, consolar, acolher, educar e proteger um outro serzinho. E eu ia experimentar a aterrorizante sensação de amar muito, mais muito mesmo, alguém, a ponto de mudar minha vida, minha personalidade, meus ideais e me sentir muito feliz com tudo isso. E, gente!, é muito difícil ter que lidar com a interrupção tão abrupta dessas ideias, mesmo sabendo de divisão celular, da ativação da expressão gênica e de todas as porcentagens e chances e números. Que se dane as estatísticas e a biologia nessas horas. Eu continuo chorando e sentindo profunda tristeza e querendo que nada disso estivesse acontecendo comigo. Vai passar? É claro que vai. Como tudo na vida.

QUERO SER NORMAL EM CURITIBA

Ser normal em Curitiba é:

          tirar foto dentro dos cones do "museu do olho".