sábado, 20 de novembro de 2010

COISAS QUE SÓ UMA GRÁVIDA FAZ

Hidroginástica.
E como se não bastasse, uma grávida possuída, como eu, aproveita toda a ira, intolerância e antipatia que só a gravidez é capaz de lhe dar, pula a aula inteira feito uma pomba-gira em noite de reveillon e quase se estrebucha só pra deixar bem claro pras colegas de 70 anos que só está ali porque se preocupa muito com o ser que está dentro da sua barriga. Porque, na verdade, deveria estar mesmo era fazendo escalada, rapel ou se preparando para a São Silvestre.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PARA CLARA

(SOBRE SEU IRMÃO, MEUS IRMÃOS E TODOS OS IRMÃOS DO MUNDO)


Clara,

eu sei que agora não faz o menor sentido ficar te falando de como é bom ter um irmãozinho e de como ele vai ser importante na sua vida. Principalmente, se tratando de um irmãozinhO e não da menininha que você gostaria. Dizer que todo mundo ama seus irmãos não quer dizer muita coisa quando, provavelmente, o que te vêm à cabeça quando você pensa em meninos é futebol, monstros, super-heróis, lutas e coisas, enfim, de meninos. E, pra falar bem a verdade, é assim mesmo que vai ser por um bom tempo. Cada um com seu mundo. Você com a delicadeza das princesas e bailarinas, com a responsabilidade de irmã mais velha, com a organização e o capricho das meninas e ele, a princípio com sua rotina e dependência chatas de bebê e, depois, com seus pulos, correrias, bagunças no teu quarto, calças rasgadas, roupas cheias de barro, disputando tudo com você (desde o colo da mãe até o melhor lugar no carro). Te dou razão. Pra que você vai querer alguém que vai bagunçar tanto a tua vida? Mas tem uma coisa que você não sabe e eu preciso te contar. Essa diferença entre vocês não vai impedir, de maneira alguma, que uma das primeiras pessoas que teu irmão reconheça e confie seja você. E que os primeiros e mais sinceros sorrisos sejam dados a você. E, apesar das eventuais (espero) brigas e disputas, vai ser estando junto a você que ele vai sentir o conforto e a segurança da família, mesmo na ausência do pai ou da mãe. E, bem mais tarde, quando ele entender um pouco das coisas (e isso pode demorar bastante tempo, mas uma hora acontece), ele vai perceber que te ama de verdade. Que você sempre esteve ao seu lado e sempre vai estar. E você, muito antes dele, já vai ter percebido tudo isso também. E é aí que você vai entender o que a gente estava tentando te explicar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DOS GATOS PARA O EQUILÍBRIO MENTAL DE PESSOAS DESEQUILIBRADAS

Aqui em casa, além da Clara, do meu marido e de mim, vivem também duas gatas, para surpresa daqueles que me conhecem um pouco. Sim, porque basta me conhecer um pouco pra perceber que eu mantenho um relacionamento um tanto quanto doentio/passional/xiita com a organização, a ordem e a limpeza. E gatos imprevisíveis, que não perguntam se, por um acaso, eu não me incomodaria se eles subissem na cama recém arrumada, ou deixassem seus pêlos espalhados em cima da poltrona nova, ou esparramassem um pouco sua ração no chão que acabou de ser limpo, parecem mesmo não combinar com meu estilo tolerância zero de ser. Já eu, que me conheço um pouquinho mais, digo que tem tudo a ver. As minhas gatas são, justamente, o elemento surpresa, a desordem, o incontrolável nessa estrutura tão cheia de regras e tão perfeitamente previsível que é a minha casa. As gatas me impõem um exercício de tolerância e bom senso que eu não costumo praticar. A Clara, certamente, faz aflorar em mim uma tolerância e uma paciência que eu não tenho a menor ideia da onde surgem. No entanto, nem com ela sou tão permissiva em relação à bagunça e à sujeira como sou com as gatas. O que me parece bastante óbvio: gato é gato. Não vai aprender a enfileirar seus potinhos de ração e a catar os grãozinhos da areia que caem pra fora da caixinha do xixi. E a nós, resta aceitar ou não. E pela minha cabeça nem passa a ideia de não aceitar, de querer se desfazer de qualquer bicho que seja porque ele não tem a capacidade de obedecer a um bando de regras imbecis que a gente costuma inventar e impor. Talvez seja por causa das minhas gatas e, seguramente, da Clara, que eu não tenha me transformado em uma fundamentalista asséptico-organizacional (leia-se louca) total. E o fato das gatas serem, aqui em casa, o que existe de mais natural e espontâneo, fazem com que elas sejam essenciais para o desenvolvimento da Clara. É com as gatas que ela vai, também, aprender a ser tolerante, além de entender, na prática, porque devemos respeitar e ter limites. Ou seja, além dos benefícios já mais do que reconhecidos para o desenvolvimento das crianças, os animais são importantíssimos para manter a sanidade de algumas pessoas. E o fato de eu ter chegado a essa conclusão me deixa até um pouco feliz e faz com que eu acredite que eu não seja tão maluca assim (e qualquer comentário contrário a isso vai ser imediatamente deletado).


E COM VOCÊS, AS GATAS

 GATAS MAGRAS: CLARA E NATASHA


GATA GORDA: CHIARA