sexta-feira, 22 de julho de 2011

VINTE DIAS


Vinte dias de Inglaterra e, até agora:

- já temos um apartamento (quase organizado), dois celulares e acesso (muito, mas muito ruim mesmo) à internet
- já andamos bastante pela cidade e eu já consigo saber, mais ou menos, pra que lado fica cada coisa
- já andamos algumas vezes naqueles taxis ingleses que aparecem nos filmes e achamos bem legal porque cabe a família inteira, incluindo o Theo com seu carrinho
- já andamos muitas vezes de ônibus e achamos mais legal ainda porque os bancos são confortáveis, sempre tem assento livre, também cabe a família inteira com carrinho do Theo e tudo e é mais barato que o taxi (se bem que nem tanto)
- já comemos fish and chips, shepherd’s pie, cornish pasty, chicken and mushroom pie, beef and ale pie e mais um monte de outras coisas calóricas e muito boas
- já descobri (e fiquei muito feliz com a descoberta) que aqui é o paraíso da comida pronta de boa qualidade. Tanto da comida pronta-pronta do tipo é só esquentar, como da comida quase-pronta do tipo cortadinha, temperada, fracionada, ponha tudo na panela, conte até 50 e tenha um lindo, e saboroso e fresquinho jantar. E esse jantar pode ser fajitas, estrogonofe de carne, chicken tikka masala, caranguejo, coquille st. James, salmão defumado, haddock, bacalhau, lula, peru recheado, carneiro ao molho de sei-lá-o-que, ..., ou seja, tudo o que eu jamais saberia fazer
- ainda não fiz a mão
- já olho para o lado certo quando vou atravessar a rua
- já não acho mais tão estranho os carros andando sem ninguém estar do lado do motorista
- ainda não comprei nada em benefício próprio (nenhuma roupa, sapato, maquiagem), apesar de estar tudo em promoção (talvez, em um futuro não muito distante, eu me arrependa dessa minha fase consumismo-free)
- em compensação, já gastamos bastante dinheiro comprando coisas para a casa, ou que ajudem na nossa instalação aqui
- já entendemos que nunca se deve sair de casa sem um guarda-chuva, mesmo que não haja uma única nuvem no céu e que a metereologia tenha jurado que não choveria o dia todo
- já percebi que o verão daqui é bem diferente da ideia que eu tenho sobre verões e que aquele monte de vestidos e blusas de alcinha que eu trouxe só vieram aqui a passeio
- já deu pra sentir muitas saudades da família, dos amigos, da casa, das gatas, da cidade.

terça-feira, 12 de julho de 2011

MINHA FILHA TEM UM BLOG

A professora da Clara sugeriu que ela mantivesse um diário enquanto estivesse aqui na Inglaterra, assim ela poderia treinar a escrita e ter uma recordação do tempo que passou aqui. Todo mundo se empolgou com a história, menos a Clara. Até que, passeando pelo centro de Norwich, ela achou um diário ma-ra-vi-lho-so (segundo ela) e passou os dias seguintes escrevendo enlouquecidamente. Eu sugeri, então, que transformássemos o diário em blog. Assim, a família e os amigos, que sempre estão a espera de notícias, poderiam saber (em detalhes) como está sendo nosso dia-a-dia por aqui. A proposta, então, é a seguinte: ela escreve no diário e eu ou o pai transcrevemos para o blog. Fazemos isso junto com ela, corrigindo os erros de grafia e pontuação (para que isso sirva, também, como aprendizado para ela), mas não trocamos, eliminamos nem adicionamos nenhuma palavra. Quem quiser dar uma olhada é só ir aqui.

terça-feira, 5 de julho de 2011

TUDO É RELATIVO


Ideia de uma viagem bem sucedida SEM FILHOS:

  • Os voos não atrasam.
  • Você chega no aeroporto com antecedência e tranquilidade.
  • Você aproveita os longos tempos de espera pra tomar um café, passear tranquilamente pela livraria, fazer uma massagem e umas comprinhas no freeshop.
  • Consegue ler várias revistas e uma boa parte de um livro (ou o livro inteiro).
  • Assiste a dois filmes ao longo da viagem.
  • Consegue até dar uma dormidinha no avião.
  • As malas chegam e com tudo dentro.

Ideia de uma viagem bem sucedida COM FILHOS:

  • Os voos não atrasam.
  • Você consegue se arrumar, arrumar a criançada e catar toda a tranqueira e, milagrosamente, chega no aeroporto com antecedência e tranquilidade.
  • Você aproveita os longos tempos de espera para trocar fralda, dar remédio, mamadeira, ajudar sua filha mais velha a ir ao banheiro e alimentá-la e consegue terminar tudo antes do embarque.
  • Seu filho de três meses dorme praticamente a viagem inteira e, quando acorda, fica distribuindo risinhos pra galera.
  • Sua filha de sete anos se comporta maravilhosamente bem, não reclama de nada e consegue até dar uma dormidinha no avião.
  • Ninguém vomita.
  • Todos chegam com as mesmas roupas que saíram.
  • As malas chegam e com tudo dentro.
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Tirando o último item, todos os outros foram atendidos na nossa jornada de 24 horas rumo à Inglaterra. Mesmo com o não cumprimento deste item, posso dizer que nossa viagem foi sim muito bem sucedida. Mesmo porque, no dia seguinte à nossa chegada, já estávamos com todas as malas novamente.