segunda-feira, 9 de novembro de 2009

BUENOS AIRES COM CRIANÇA




Buenos Aires. Cidade romântica, cheia de bons cafés e restaurantes, ótima para tomar bons vinhos e fazer agradáveis caminhadas. Nada a ver com criança, não é? Pois é, falando nesses termos parece que não mesmo. Mas saibam que é sim possível incluir a filharada na viagem e, mesmo assim, aproveitar muito do que a cidade tem a oferecer. Partindo da minha experiência pessoal, deixo aqui algumas dicas para quem pretende se arriscar.
Dica #1: tenha sempre um alfajor a mão. Se não tiver também não tem muita importância, porque em qualquer lugar você pode encontrar, a alguns poucos passos, uma banca, loja, café, confeitaria que tenha essas coisinhas deliciosas que as crianças (e eu também) adoram. Então, na hora que o pequeno começar a dar sinais de cansaço e a reclamar demais, esqueça todos os cuidados que você tem com a alimentação dele quando está em casa e lance mão do artifício mais conhecido e bem sucedido de todos os tempos: compre o sorriso de uma criança com doce. Dessa forma você vai conseguir um tempo extra que, normalmente, será suficiente para que atinja seu objetivo. Parece horrível, mas na hora do desespero vale muito a pena. E uma overdose de alfajor por alguns poucos dias não fará mal a ninguém. Voltando para casa o dano é revertido rapidamente.
Dica #2: proponha-se a visitar poucos lugares em um mesmo dia e tenha certeza de que esses lugares ficam próximos um do outro. Muitas idas e vindas e caminhadas muito longas acabam com o humor de qualquer criança.
Dica #3: outra coisa que acaba com o humor da criançada (e com o nosso também) é passar fome. Portanto, tente sempre sair do hotel com a definição de onde vocês vão comer. Ou, pelo menos, tenha em mente duas ou três possibilidades de restaurantes próximos para que possa escolher na hora. Afinal, nada mais chato do que, na hora que a fome aperta, você ter que sair batendo perna atrás de um restaurante que te pareça razoável. E é bem nessas horas que a gente não encontra nenhum.
Dica #4: inclua uma atração para crianças no seu roteiro diário e abra espaço para imprevistos. Por exemplo, vá à feira de San Telmo no domingo, mas garanta uma passadinha pela casa da Mafalda. Uma simples foto do seu filho ao lado da escultura da personagem vai garantir a felicidade dele (pelo menos com a minha filha, que estava ansiosa por esse momento, funcionou). Passeie pelo muy agradável Palermo Soho, vendo lojas que só interessam a você, mas aproveite para andar algumas quadras ao norte e visitar a loja da Barbie (caso seu filho seja uma filha) ou o zoológico. Ou então, dê uma parada em uma das muitas sorveterias e praças que você irá encontrar pelo caminho. Estas últimas têm, em geral, excelentes espaços para as crianças.
Dica #5: as crianças são bem vindas na maioria dos restaurantes, incluindo os mais chiques, e mesmo estes costumam abrir também para o almoço. Então, se a idéia é comer com qualidade e aproveitar também um pouco do requinte da cidade e se a criançada costuma ficar muito cansada e impaciente a noite, programem bons almoços em vez de bons jantares.
Bem, acho que isso é o básico. Certamente será uma viagem diferente do que se você e seu marido estivessem sozinhos. Provavelmente vocês não poderão passar por todos os lugares que gostariam nem beber tanto vinho quanto gostariam. Mas o prazer de ter a família toda junta irá, com certeza, compensar.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O DIFÍCIL EQUILÍBRIO ENTRE SER MÃE E SER EU MESMA

Logo que eu adotei o cargo de mãe em tempo integral, fiquei bastante preocupada em assumir, rapidamente, todas as suas atribuições. Minha preocupação era a de fazer tudo o que eu morria de culpa por não conseguir fazer: chegar cedo para buscar a minha filha na escola a ponto de conseguir ainda encontrar as professoras lá pra conversar um pouco sobre o dia dela, levá-la na natação e na música e poder ficar jogando conversa fora com as outras mães na sala de espera, tomar café da manhã pacientemente com ela sem ficar insistindo desesperadamente para que ela enfie a comida goela abaixo o mais rápido possível para não nos atrasarmos. Enfim, eu queria tirar o atraso e deixar aquela supermãe suprimida em mim aflorar com força total. E isso de fato foi feito. Passou-se um tempo, eu virei a mãe do ano e agora minhas preocupações são outras. Se antes eu queria me ver exclusivamente como mãe, agora eu quero voltar a me ver como eu era antes de ser mãe. Atenção! Antes de ser mãe, não antes de parar de trabalhar, quando eu era aquela neurótica, desequilibrada, cheia de culpa por achar que não estava fazendo nada direito e sempre com vontade de estar aonde eu não estava. Pois então. Ultimamente estou tentando recuperar um pouco da minha essência. Não que haja uma maneira de ignorar que agora tenho uma família, uma filha. A maternidade muda muito a gente. E é claro que, com exceção de raríssimos casos, acredito, é uma mudança pra melhor. Sou muito mais feliz com quem eu sou hoje, não quero voltar atrás de jeito nenhum. Mas não há como negar que passei 26 anos da minha vida sem filhos. E nesse tempo eu construi o meu caráter, desenvolvi meus gostos, fiz muita coisa que não quero e acho que não devo deixar pra trás. Mesmo porque eu quero que a minha filha saiba que, além de ser a mãe dela, eu também sou um ser com vida própria. Que apesar de saber cantar todas as músicas do Palavra Cantada sempre gostei de Beatles e que gosto tanto de dançar com a criançada as musiquinhas do Baby Hits quanto curtia (e ainda curto) me arrumar e encarar uma boa balada. Acho legal que ela saiba que eu já fiz muitas das coisas que ela irá fazer e que eu não fui uma mãe a vida inteira. E é aí que está a dificuldade em achar o equilíbrio que eu mencionei no tema. A gente tem que se entregar à maternidade sem esquecer quem somos. Temos que mostrar aos nossos filhos que fomos e somos muito parecidos com eles mas sem dar informação demais para que possamos ainda exercer o nosso papel e autoridade de mãe.

sábado, 3 de outubro de 2009

O QUE MUDA COM A MATERNIDADE?

Dia desses participei de um grupo de discussão de jovens mães que diziam que, após o nascimento dos seus filhos, sentiam que estavam se transformando em suas próprias mães. Foi aí que percebi que eu nunca tinha pensado dessa forma . Tinha sim percebido que falo algumas coisas e dou alguns conselhos exatamente iguais aos que ela me dava, mas nunca achei que eu tinha me transformado nela. Talvez porque minha mãe sempre foi bem descolada, o exemplo da primeira geração pós-revolução feminista. E eu, quem diria, virei mãe de carteirinha. Foi essa a grande mudança em minha vida após o nascimento da minha filha. Seguindo o exemplo da minha mãe, sempre quis ser uma mulher independente, bem sucedida profissionalmente e nunca tive nem um esboço de instinto maternal. Até que a Clara saiu de mim, e eu continuei sem me achar mãe e louca pra voltar pro trabalho. Mas daí, os quatro meses de licença maternidade passaram e tudo mudou. A culpa de deixar aquele serzinho aos cuidados de outra pessoa me corroia. Fiquei até doente e só pensava como seria bom ganhar na loteria para parar de trabalhar e ficar o dia inteiro com a minha criança. E assim foram quatro anos de angustia e daquela sensação de "o que estou fazendo com a minha vida afinal?" até que eu tomei a melhor decisão do mundo: parei de trabalhar. Mesmo sem ganhar na mega-sena. E agora ainda estou sofrendo um pouco por ter que levar uma vida um pouco mais franciscana e por depender do dinheiro do maridão, mas estou feliz e realizada como nunca. Descobri ou admiti, afinal, qual é a minha vocação e acho que de todas as fêmeas de todas as espécies, apesar de nós, humanas, tentarmos ignorar. Existimos mesmo é pra cuidar da cria. Felizmente a nossa inteligência nos permite fazer outras coisas além disso. Mas hoje me sinto totalmente confortável e até feliz em admitir que fiz mestrado, doutorado e larguei tudo pra poder dar mais atenção a minha filha, ao meu marido e a mim mesma. Sortudas somos nós, mulheres do século 21, que podemos escolher que rumo dar as nossas vidas sem ficar presas a estereótipos. Ah! E pra não ser injusta, minha mãe é ótima, extraordinária, tudo de bom. E se hj sou uma boa mãe (acho que sou...) é tudo graças à educação e aos valores que ela me passou.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MENSAGEM DE BOAS VINDAS

Momentos de pânico e desespero. Chiliques nos momentos mais inapropriados. O prazer de voltar à infância e usar o filho como desculpa para fazer coisas já não muito adequadas para sua idade. Deslizes e, porque também não, acertos. Questionamentos, incertezas e muita diversão. Todas as mães têm seus segredos. Vamos compartilhar!
Espero que esse blog seja um lugar agradável e descontraído para que as mães possam falar de tudo um pouco e que as não mães possam ver que a maternidade pode ser bem divertida.