segunda-feira, 28 de março de 2011

E MAIS UM PONTO PRA BIOLOGIA

Cansaço. Muito cansaço. Esse cheiro de leite azedo que me acompanha. Peito inchado, dolorido. Refeições feitas às pressas, banho tomado às pressas, saída de casa às pressas na ansiedade de voltar para o filho, que pode estar precisando de mim. Em meio a crises de choro (do filho e da mãe), trocar fralda, dar de mamar, segurar pra arrotar, trocar fralda de novo, preparar banho, dar banho, fazer massagem na barriguinha, pegar no colo, cantar musiquinha. Preocupações... Fundadas: será que é cólica ou refluxo?, está mamando direito?, está dormindo direito?, está ganhando peso? E infundadas. Porque  tem gente (e eu sou sócia-fundadora desse clube) que quando não tem com o que se preocupar ou se sentir culpada inventa um motivo. E dessa vez, se as ideias de que eu não sirvo pra ser mãe e pra lidar com um bebê não me atormentam mais como aconteceu quando tive a minha primeira filha, invento de achar que não saberei lidar com ela (a primeira filha) agora que tenho outro filho solicitando a minha atenção. Primogênitos são primogênitos mesmo e, pelo jeito, vão carregar por toda a vida o bônus e o ônus disso. Agora me diga: como é que mesmo com todas as perturbações, loucuras e fraquezas físicas e psicológicas que nos acometem nesse período a gente não se rende e continua fazendo tudo da melhor forma possível e não desiste nunca de tentar reconfortar e acalmar e querer o bem da filharada e se preocupa em estar saudável e disposta pra poder dar conta de tudo e mais um pouco? Me diga se isso não é a natureza nos mostrando que, embora façamos tanta questão de nos distanciar, somos ainda animais, e que muito mais do que conseguir aquela promoção no trabalho e mostrar para nosso chefe como somos competentes, nosso real valor está na nossa capacidade de deixar descendentes. Não consigo pensar em outra coisa para justificar o fato de que, apesar de todos os perrengues, esse negócio de ter filho nos alegra tanto. É o instinto nos dizendo que cumprimos nosso papel, que fizemos o que realmente era importante ser feito. E esse contentamento, esse sentimento de dever cumprido, essa súbita compreensão do sentido da vida, faz com que tudo, tudo mesmo valha a pena. E que, se nos deixássemos agir apenas pelo instinto (que é danado de sabido), íamos encher o mundo com os nossos genes.

quarta-feira, 16 de março de 2011

THEO CHEGOU - O FILME




Enfeite de porta do Theo, feito pelo tio Rodrigo, com muito carinho e talento. Impresso às pressas, ainda deu tempo de ser colado na porta da maternidade, graças à ajuda do mesmo tio. Obrigada Rodo.

sábado, 12 de março de 2011

THEO CHEGOU

E eu com um post pronto na minha cabeça para falar sobre as três últimas semanas da minha gravidez. As mudanças que nos impomos, os cuidados que dedicamos as nós mesmas, já que sabemos que, nessa fase, não se trata apenas de nós mesmas, enfim, da delícia que é estar grávida e de como eu queria aproveitar o máximo esses últimos instantes. Mas eis que agora isso já não faz o menor sentido. Há exatos três dias, fui pro hospital com uma leve suspeita de que, talvez, quem sabe, as minhas últimas três semanas pudessem se transformar em últimos três dias. Naquele mesmo dia, tive a confirmação de que, na verdade, se transformariam em últimas três horas. Que foram passadas com alguma dor e muitas preocupações, das quais as mais legítimas eram duas: a saúde do Theo, que resolveu sair da barriga antes da hora, e o bem estar da Clara, que tinha ficado em casa com as mesmas dúvidas, incertezas e falta de preparo psicológico que me acompanhavam. E nessa hora, duas coisas me pareceram claras como nunca: 1) a Clara será para sempre a coisa mais importante da minha vida e 2) a partir de agora, o Theo será tão importante quanto ela.


CANSADOS, MAS FELIZES