domingo, 21 de março de 2010

CONFISSÕES DE UMA GRÁVIDA PREGUIÇOSA

Na primeira gravidez, eu, na flor dos meus 25 aninhos, muito preocupada em ser uma grávida bonitona. Barriguda, mas com tudo em cima. Estrias, celulite, flacidez? Deus me livre! Eu não tinha sido feita pra isso. E agora, segunda gravidez, eu, uma balzaquiana de 32 anos, me entrego sem remorsos aos prazeres da carne. Não sei se é pela idade avançada ou pela resignação de que eu não vou mesmo ser convidada para posar na Playboy, nem pra ser a musa do brasileirão e nem pra ser a madrinha da bateria da Mocidade Azul de Curitiba. O fato é, que aquela preguiça contra a qual eu lutava tanto quando eu estava grávida da Clara, agora me domina por completo. E eu deixo. Se me dizem "melhor não fazer atividade física nos três primeiros meses" eu logo penso "ótimo, assim sobra mais tempo pra eu não fazer nada". Se aquela fome mortal ataca, não tem problema, eu como o que achar pela frente, seja uma saudável e light maçã, seja um prato gigante de macarrão com molho branco. Tudo muito natural e espontâneo. Acho que é agora que embarango de vez. E penso que eu me preocupo? Por enquanto não. Vamos ver depois, quando o resultado disso tudo vier, de fato, à tona.

domingo, 14 de março de 2010

QUEM AVISA AMIGO É

Para aquelas que ainda não descobriram, vai aí a dica: nunca, jamais, aponte um defeito seu na frente dos seus filhos. Porque duas situações podem ocorrer a partir daí (e nenhuma delas será agradável).


Situação número 1: se seu filho for ainda pequeno, com 2, 3 ou 4 anos, ele simplesmente pode não perceber que o que você acabou de mencionar é um defeito e que, via de regra, ninguém gosta que seus defeitos sejam apontados. Então, você correrá o risco de ter que conviver com situações constrangedoras e ouvir frases como estas, proferidas nos locais menos apropriados: “mamãe, né que você tem a bunda de gelatina?” ou “olha que legal o seu bumbum de gelatina!”, enquanto dá tapinhas indiscretos nas suas nádegas bem no meio do supermercado. Sim, isso aconteceu várias vezes comigo após ter compartilhado com a Clara esse detalhe sórdido da minha anatomia.

Situação número 2: se seu filho já for mais crescidinho, ele entenderá, sim, perfeitamente, que você está falando de um defeito seu e vai adorar saber que a mãe dele não é a perfeição que aparenta ser. E vai preservar essa observação bem vivida na memória para poder usar nas situações que mais julgar conveniente. Exemplo: mãe fala: “meu filho, você está sendo mal educado e desobediente e merece um castigo” e o filho: “e você tem essa bunda mole horrorosa”.

Pois é, filhos são sacanas e estão loucos para achar defeitos em você. E vão conseguir. Então, deixe que a coisa fique pelo menos um pouco mais difícil para eles e não entregue o ouro assim, de bandeja.

terça-feira, 9 de março de 2010

TUDO DE NOVO

É, ao que parece a Clara não vai mais ser filha única. Pois é, pelo menos por enquanto estou gravidíssima. E é assim que pretendo continuar pelos próximos nove longos meses, apesar de que o desespero que tomou conta de mim na semana passada possa ter dado indícios do contrário. E eu que jurava que, caso eu ficasse grávida de novo, tudo seria diferente. Afinal de contas, eu agora estou mais madura e mais certa do que eu quero na vida (hahaha, era o que eu pensava). E dessa vez eu estava, de fato, programando ter mais um filho. Mas, ironia das ironias, ele veio justamente quando eu já tinha deixado de programar. Aliás, eu já tinha programado não ter mais filho nenhum e já estava completamente convencida e confortável com a minha decisão. E vem a vida e me pega de surpresa. E vem o desespero e me pega quase que de surpresa. Não me pega totalmente de surpresa porque eu já tinha sentido tudo isso, bem parecido, da primeira vez que fiquei grávida. As mesmas angústias, as mesmas dúvidas: será que foi uma boa idéia? Será que serei capaz de dar todo o amor e carinho que dei pra Clara para esse outro filho? Será que continuarei sendo capaz de dar todo o amor e carinho que dou para Clara com a chegada desse novo filho? Será que sou mesmo uma boa mãe e mereço mais uma criança sob minha responsabilidade? Será que essa criança vai ser feliz nesse mundo de cabeça pra baixo em que vivemos? Será que não foi muita irresponsabilidade de minha parte? Será, será, será? Enfim, é tanto será que quanto mais eu me pergunto mais dúvidas me aparecem e mais angustiada eu fico. Acho que o negócio agora é tentar esquecer as preocupações e curtir o máximo essa ideia que já me alegra tanto. Imagino que a ansiedade e as incertezas sejam normais para nós, que temos a consciência da imensa responsabilidade que é criar alguém, e não importa quantas vezes formos mães elas sempre vão voltar com força total. E talvez (torço muito, torço muito pra que sim), o fato de ficarmos tão preocupadas e nervosas seja um indício de que tomaremos muito cuidado pra que tudo dê certo e de que faremos de tudo para desempenharmos bem o nosso papel.