sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O QUANTO DEVEMOS OU NÃO DEVEMOS SABER

Eu achava que até já tinha falado disso aqui, mas talvez só tenha pensado. E como continuo pensando, resolvi falar. A questão é: me parece que o excesso de informação a que estamos sujeitos, que por um lado é um conforto e uma facilidade para todos que têm acesso a ele, pode, também, ser motivo de grande angústia e frustração quando não utilizado com o equilíbrio e moderação que merece. E agora, na gravidez, isso se torna bem evidente para mim. Talvez, porque, como já deixei claro aqui algumas vezes, equilíbrio e moderação não fazem parte do vocabulário das grávidas. Então, ao mesmo tempo que agradecemos imensamente o advento da internet cada vez que chegamos correndo em casa, sentamos na frente do computador e olhamos aquela tela cheia de resultados para nossa pesquisa sobre “gravidez e qualquer-besteira-que-nos-ocorreu-entre-o-elevador-e-a-porta-de-casa”, bate, também, uma baita insegurança, porque a gente percebe que o tema “gravidez e qualquer-besteira-que-nos-ocorreu-entre-o-elevador-e-a-porta-de-casa” é bem mais complexo do que imaginávamos e há muito o que aprender sobre ele e muitas regras a seguir e muitas dicas de especialistas e que somos completamente ignorantes no assunto e que, talvez, se a gente quer mesmo ser uma boa mãe, é bom começar logo a ler e a entender tudo isso. É muita gente estudando, dando opiniões, ensinando fórmulas de sucesso, fazendo listas de coisas proibidas e de coisas essenciais. E a gente ali, querendo captar tudo, obedecer a tudo, fazer tudo exatamente como o psicólogo falou, o médico afirmou, os estudos comprovaram. E é aí que a gente se dá mal. Porque, sem jamais querer desprezar os avanços do conhecimento e a importância dele em nossas vidas, eu digo: é conhecimento demais para um ser humano. É exigência demais, pressão demais, cobrança demais. Parece que está cada vez mais difícil fazer as coisas certas, porque as coisas estão ficando certas demais. E, ultimamente, mais feliz do que quando encontro milhões de respostas para minhas perguntas eu tenho ficado quando consigo desligar o computador no meio de uma leitura e pensar: “Sabe o que? Acho que, com relação a esse assunto, posso continuar usando o bom-senso que tudo vai dar certo”.

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